Pesquisa sobre o livro digital


 
Pesquisa realizada no Linkedin por Jacira Fagundes

Através do seguinte debate:

Olá amigos, Estou fazendo uma atualização em literatura num curso online. Foi solicitada uma pequena entrevista na rede sobre livro digital.Vou deixar aqui 3 perguntas, com o pedido de, quem puder, deixar em seus comentários as respostas. Alguém me ajuda? 1- Você costuma comprar livros digitais?  Em que sites? Para ler em que dispositivo?

2- Você costuma ler livros digitais gratuitos? Em que sites?

3- Você tem livro digital de sua autoria? O acesso (gratuito) ou venda lhe satisfaz?

Nº de pessoas que responderam – 12

 

Resultado da pesquisa:

1- Você costuma comprar livros digitais?  Em que sites? Para ler em que dispositivo?

Costumam comprar livro digital  - 06

Compram pela Amazon,  Kobo, Saraiva – 06

Leitura no Kindler – 04

Leitura no Tablet – 01

Leitura no ipad – 01

Não compram – 06

 
2- Você costuma ler livros digitais gratuitos? Em que sites?

Leem livros digitais gratuitos – 04

Baixados da Amazon – 02

Em sites – 01

Não leem – 06

Não responderam – 02

 

3- Você tem livro digital de sua autoria? O acesso (gratuito) ou venda lhe satisfaz?

Possuem livros digitais de sua autoria – 04

Satisfeito com acesso gratuito  – 01

Satisfeito com as vendas – 01

Não satisfeito com acesso gratuito – 03

Não satisfeito com as vendas – 02

 

Conclusões:

 
Na pequena amostra em 12 entrevistados, o índice de compra de livros digitais é de 50%, o que pode ser considerado BOM.

Já, quanto à leitura, o índice baixa para 33%, o que significa que, mesmo entre os que compram, nem todos leem.

O mesmo índice de 33% é apresentado quanto à publicação de livro digital de autoria dos entrevistados, o que pode significar um BOM índice.

No entanto, a satisfação com os acessos gratuitos ou com vendas é muitíssimo baixo – 8%

 Quanto a dispositivos para leitura, aparece o Kindler, Ipad e Tablet. Um único site foi apresentado.

 
Conclui-se, portanto, que o livro digital, no que diz respeito à leitura, a acessos gratuitos ou vendas, ainda apresenta um quadro pouco significativo.

A Amazon lidera, quanto à baixa de livros digitais.

 

 

Agradeço aos colaboradores:

 
Jeanette Rozsas – Chefe de EUquipe na Livros e mais Livros

Amanda Carvalho –

Marcia Soares – Sócia na Soares& Morin Comunicação e Marketing Ltda.

Fernando Weiss –Profissional Independente de Advocacia

Abel Sidney – Escritor e editor

Dida Bassano – Mestre em Comunicação pela F. Casper Libero

Jefferson R.

Maria Clara Costa – Sócia Proprietária da MCP da Costa Design Editorial

João batista Zuccaratto – Redator, revisor e produtor de livros

Luiz Basile – Designer at Casa Desenho Design

Inez de Castro – Profissional da Arte

Flávio Simões – Analyst at Visagio

 

 

 

 

 

 

 

2ª Edição de Dois no Espelho



 
A novela Dois no Espelho, publicada em 2007, acaba de sair em sua 2ª edição, desejando conquistar novos leitores.
De cara nova, ela ainda teve chance de se apresentar nos últimos dias da Feira do Livro, salientando-se entre as tantas publicações da Editora Movimento.
Estou feliz com esta renovação. A capa  é tão instigante quanto a anterior, criada por Eduardo Miotto.
E o texto, para quem conhece e que deixou marcas na lembrança. E para os que irão conhecer a partir de agora, reforço a recomendação da escritora Valesca de Assis, que assina a orelha da obra:
                      
               .... é melhor iniciar a leitura de Dois no Espelho.
                                           De luvas, para não queimar as mãos!





Logo, estarei indicando  locais de venda e convite para um bate-papo com relançamento. Aguardem!

A Literatura Infantil e Juvenil e o Consumismo



Minha coluna de novembro, no portal http://artistasgauchos.com.br , já está a disposição dos leitores.
Fica o convite para a leitura. Não deixem de comentar: se concordam, se discordam.
O assunto é polêmico na literatura para crianças e jovens, vale a pena conferir.

Deixo um trecho, como chamada:


Nunca se falou tanto na imprensa sobre a questão do consumismo. Poderíamos apontar um número elevado de pessoas e instituições particulares e públicas que se beneficiam com o  consumo. Isto é ótimo. Para os que produzem e para os que consumem, o consumo é benéfico e absolutamente necessário.

Hoje temos uma gama nunca pensada de produtos a nosso dispor – do simples ferro elétrico aos computadores; do arroz com feijão ao fast-food  – produzidos para facilitar nosso cotidiano. A gastronomia, a comunicação, a telefonia, os serviços, tudo vem aumentando o quadro de acesso a tantos consumidores.
Indistintamente.

Oficina Caçadores de Medos na 60ª Feira do Livro




O tema terror é um tema bastante atual que parece estar entre as preferências do leitor. Crianças, adolescentes e adultos vêm experimentando, na literatura e no cinema, a questão do medo e as sensações que tal sentimento evoca.

Produzir suas próprias histórias de terror pode ser uma forma de entender, brincar, exorcizar e criar literatura e arte envolvendo esta questão perturbadora.

Explorar o tema - fotografando e criando histórias curtas e ilustrações  relacionadas a personagens como vampiros, zumbis, assombrações, fadas, bruxas, duendes, fantasmas, monstros e outros espectros é o que pretende o projeto  da minioficina que vai ocorrer em dois dias, na 60ª feira do Livro.
 
 
Junte-se a nós.
Traga de 03  a 05 fotos à escolha  e a disposição de um caçador de medos.
A oficina  é gratuita.
Inscrições na feira. Vagas limitadas.
 

 
 Um miniconto do gênero, para ler aqui na ante-sala:
 
 
 
As janelas do Sr. X
 
Cresci temendo as duas janelas daquela casa que diziam ser mal-assombradas.
Eu as observava da minha sacada, que ficava no 9º andar do  prédio.
Com 19 anos ainda não me havia libertado daquela obsessão.
Ver o velho Sr. X ocupar as duas janelas ao mesmo tempo – numa delas a cabeça presa ao tronco, na outra o resto do corpo.
Até o dia em que o vi naquela forma dividida. Tamanho susto me fez despencar.
Hoje eu e ele moramos juntos. E compartilhamos as janelas.
 
 
 
 
 

 

Visitas a escolas de São leopoldo, pelo Programa LeiturAção



Foram 02 dias de atividade intensa junto a 06 escolas do município de São Leopoldo. Após um encontro de formação a professores da rede municipal, ocorrido a pouco mais de um mês, voltei ao município para contato com alunos e professores que desenvolveram atividades a partir da leitura de várias obras de minha autoria.

O evento proporcionado por cada uma das escolas aproximou-se de uma festa. Uma festa literária onde o prato, ou pratos principais  foram as diferentes interpretações das obras da autora. Cada escola acolheu a autora em clima de euforia.
 
O texto completo pode ser lido no site www.jacirafagundes.com  e no portal www.artistasgauchos.com.br
 
Fiquem com as fotos.




Mais fotos no site da Jacira.

Vamos nos encontrar na 60ª Feira do Livro de POA?



A Feira abre no dia 31 de outubro e vai até 16 de novembro, com uma variedade incrível de atrações.

Vou estar lá, autografando Um garoto Bom pra Cachorro, que já passou pela 23ª Bienal do Livro em São Paulo, e agora, autografo na minha cidade, na nossa feira.

Espero vocês.




Sabe aquelas crianças que  insistem com os pais para ter um cachorrinho só delas?

Que apreciam brincar, deitar e rolar com o bichinho, quando lhes dá vontade?

Mas detestam levar para o passeio matinal e cuidar de tarefas necessárias como os cuidados com xixi e cocô?

Este não é o caso de João Vitor, o personagem desta história.

João Vitor tem tanta paciência com animais, que acaba tomando conta de 06 cachorros - 1 dele e 5 dos amigos que só gostam de brincar, deitar e rolar com seus cães.

Venha conhecer as aventuras de João Vitor no parque de diversões e aprender com ele o quanto é legal ser um garoto bom pra cachorro.

 

 

Os premiados na Promoção "Eu Quero o Livro"



      Foram 04, as fotos premiadas na Promoção
"Eu quero o livro Um garoto Bom pra Cachorro"

 
          Sofia e Pudim
                                      
                             Pietro e Natalino
                                                            
                                              Jonatan e Mel
                                                                           
                                                        Sofia e Mel

 

RESULTADO DA PROMOÇÃO "EU QUERO O LIVRO"



Encerrada a Promoção
Eu quero o livro "Um Garoto Bom pra Cachorro"

Felicitamos os 04 ganhadores, que receberão o livro em suas casas e autografado.

Parabéns às crianças e seus amiguinhos

Pietro e Natalino
Jonathan e Mel
Sofia e Mel
Sofia e Pudim
 

FALTAM SÓ 5 DIAS



Mais 05 dias e termina a Promoção Eu Quero Ganhar o Livro

Apressem-se.

Termina dia 30, com a escolha das 03 fotos mais  criativas.


Promoção:  Eu  quero o livro “Um garoto Bom pra Cachorro”

 

Que tal participar de uma promoção legal, onde você comparece com seu cachorro

 e ainda pode ganhar o livro?

 

Se você quer ganhar o livro autografado e conhecer a história, sem gastar nada, envia uma foto bem legal com seu cachorro.

Pode ser com o cachorro da vó, do tio, do amiguinho ou do vizinho, se não tiver um cachorro seu.

Peça para um adulto ajudar a enviar por email para jamafag@terra.com.br.

O arquivo com identificação deve ser salvo em JPG, num tamanho nem muito grande, nem muito pequeno. Não esqueça de colocar seu nome e o nome do cachorro na foto.

Todas as fotos enviadas, serão postadas no site www.jacirafagundes.com. E você pode divulgar sua foto para seus amigos.

No dia 30 de setembro termina esta promoção, com a escolha das 03 (três) fotos mais criativas.

E aí é só esperar o livro autografado chegar nas casas dos ganhadores.

 

BOA SORTE!

Faltam 10 dias


Estamos na contagem regressiva. Faltam apenas 10 dias.

A Promoção "Eu Quero o Livro Um garoto Bom pra Cachorro" encerra dia 30 de outubro.
Mas ainda dá tempo de você enviar aquela foto que vem sendo adiada, de você e seu cachorro.

O João Vítor,  a cachorrada da história  e eu estamos esperando.

Apresse-se para não ficar fora da disputa!

Nova coluna no AG



 A Celebração do Livro - relato que faço dos dias em que convivi com o frenesi na 23ª Bienal Internacional do Livro em São Paulo.

Confiram no Portal AG. http://artistasgauchos.com.br

Na volta da 23ª Bienal, o relato




A CELEBRAÇÃO DO LIVRO

 

São Paulo esteve em festa do dia 22 a 31 de agosto. O sedutor homenageado na 23ª Bienal Internacional do Livro mereceu todos os olhares instigantes e desejosos de parte de um público que se fez presente e se revezou diuturnamente.

Habituada a nossa feira do livro de Porto Alegre, sucumbi à grandiosidade apresentada na Bienal, não só quanto a montanhas e montanhas de livros à disposição dos visitantes, mas especialmente quanto à movimentação quase frenética em torno deles.

De 25 a 30, no miolo da festa, convivi com o frenesi.

O espaço da Bienal era imenso, e conseguiu se apequenar ao abrigar  as diferentes tribos.
 
 
Quer ler mais? 
Leia o texto completo no site http://jacirafagundes.com
 
E PARTICIPE  DA PROMOÇÃO : EU QUERO GANHAR O LIVRO
                   UM GAROTO BOM PRA CACHORRO!

Preparando saida para a 23ª Bienal do Livro



A 23ª Bienal Internacional do Livro, em São Paulo, abre neste final de semana.
E estou aprontando mala para aportar por lá no dia 25.
Somos um grupo bem representativo: 02 escritoras, 01 ilustradora e 01 escritora ilustradora, saindo no mesmo voo.
Os lançamentos irão acontecer no dia 27, em horários e locais diferentes.
Estamos na reta final para acomodar livros, folders, originais, mais livros, mais originais, folhetos, portfólios, livros e livros.
Falei em roupas, calçados, artigos pessoais? Ah, sim, também irão, apertados entre os livros, os originais, e óbvio, entre os livros dos lançamentos.
Reforço o convite para quem estiver por lá e quiser dar um abraço na gente.
 
 


 

QUE BICHO É ESSE?


 
O  Histórias que Pintam vem recomendar a visita à Exposição de Cerâmica QUE BICHO ESSE?,
que tem abertura no próximo dia 19 de agosto.
  Acompanhei o desenvolvimento do projeto através da ceramista Yara Nascimento. Uma proposta de trabalho inventivo e audacioso. Um tributo às estranhezas. Àquilo que é diferente, mas que pode suscitar um mundo de possibilidades.

O texto da Yara que está lá na mostra junto à sua criação, relata um pouco do que foi o processo.





ZECASTU

 
Depois de alguns momentos convivendo com a aflição do imediatismo, aceitei o desafio.  

Peguei o barro, amassei aquela massa disforme, a princípio movida pela falta de direcionamento. Do que buscava, ainda não sabia. O que encontraria, muito menos.

De repente, a dupla entrega. Como em tantas vezes, a harmonia entre a massa e as mãos apontou o caminho. Deixei-me  levar pela aventura  do desconhecido. E foi então que percebi o nascer do sonho. Permitido. Alcançável.

Consegui afastar o não e me aproximar do talvez e então da concretização do sonho. Primeiro  delineou-se a forma –  tosca e primitiva. Logo, a  forma  maleável sujeitou-se, abrandou-se.

Então ele nascia, batizado ZECASTU. 

Definitivo, enfrentou a temperatura extrema do forno. Depois, esmaltado, venceu o RAKU, o fogo intenso e brilhante. Tornou-se  a realidade que é.

ZECASTU. Ze de zebra, com a sutileza das listras em preto e branco construindo o corpo elegante.

 Cas de castor, avançando para além do corpo zebrado, num rabo de matizes acinzentados.

E Tu de tucano, revelando a pomposidade no  longo bico, numa combinação bonita do amarelo e laranja.

A arte não pede licença. A arte é plena de possibilidades.

Hoje meu animal é minha criação – é triato, tríplice, trindade.

  Yara Nascimento

 

 

UM ENCONTRO DAS ARTES

 
 
O encontro proporcionado pela MINIARTE 2014, projeto artístico de Clara Pechanski, esteve brilhante.
 
Muitos artistas e gente ligada às artes visuais encontrava-se por lá.
 
Todos compartilhando do sucesso que foi a abertura.
 
 




 Meu trabalho - o 2º no alto
 
 
 
 
Com amigas Helô e Cibele


Exposição MINIARTE - 2014



    A MINIARTE 2014, que inaugura sua exposição no sábado, dia 09 de agosto, na Galeria Duque, está focada na temática IDEAL.

 São trabalhos de arte visual, em qualquer técnica artística, de pequeno formato - 18 por 18 cm.
  
Venho, ultimamente, me interessando por fotografia. Minha escolha recaiu sobre duas fotos tiradas em Porto de Galinhas, em julho do ano passado.
  
No Picasa, experimentei alguns filtros sobre as fotos até chegar a um resultado interessante. As cores, e principalmente a intensidade de luz sobre as águas, deram um valor de arte à fotografia.

Venho experimentando e manipulando imagens desta forma. É apaixonante.
 Por fim, resolvi combinar as duas fotos, dispondo uma sobre a outra e o efeito ficou muito bom.

 Então inseri na combinação a figura da deusa do sol, dando o conteúdo narrativo à foto.

Os caiaques buscam as águas. Elas oferecem perigo. E a deusa está ali alerta para proteção daquele que se aventura nos mares. IDEAL de vida, de aventura, de sonhos.





                                                                                        Jacira Fagundes - 2014
                                              Sob a proteção da deusa
 

Meu conto selecionado para o PROSA na ESTRADA

Os ônibus intermunicipais vão circular com os contos selecionados no Concurso Prosa na Estrada realizado pelo  IEL e AGES.
Quando viajarem pelo estado, e cansarem da paisagem por vezes monótona, leiam um dos contos, e depois recomendem para outros usuários das linhas de ônibus.
Tenham momentos agradáveis e BOA VIAGEM!


Por uma pausa na solidão
                                                                                       Jacira Fagundes

 

            Caminho pela casa e me contrai o exagero de espaço que tenho para mim mesma. Na varanda, as plantas florescem e se espalham pelos vasos que disponho aqui e ali; a cama de ferro em meu quarto parece ultrapassar as medidas, assim coberta pela colcha de damasco, faz tempo deixou de ser cúmplice de amores. Hoje é o lastro onde repouso meu corpo solitário e o cubro para aquecê-lo do frio e da solidão, o que nem sempre consigo. Olho o fogão preparado para a abastança – a velha chaleira com a água a chiar, de repente chega alguém para o mate; a panela da sopa cozinhando os legumes da horta; e o bule de café, concentrado e amargo, que é para temperar conforme o gosto.

            Mas não espero ninguém, porque hoje é domingo.

Não há entrega de gás, e não vem bater o carteiro, nem a moça da lavanderia, nem a mulher da faxina, ou o homem do bilhete, ou a vizinha a pedir emprestado – “depois lhe devolvo, dona Eulália, a tesoura de podar, o alicate, a peneira, um saquinho de baunilha que me faltou para a sobremesa, o cravo, a canela, um comprimido, maldita dor nas costas...”

            Sob a janela, não vêm importunar os moleques e eu não vou alcançar as balas, as rapadurinhas ou o trapo velho para limpar os machucados das brincadeiras violentas, ou o copo d’água que tantos me pedem e por vezes fazem fila enquanto encho o copo e o primeiro esvazia e eu encho outra vez e vem o segundo e aí por diante.

            Na sala, a mesa se agiganta nesses dias em que os nervos me trasbordam e parece desperdício estender a toalha na ponta do móvel, acanhada – o prato, o cálice, o guardanapo, cada utensílio mais unitário que o outro. Mesmo assim, me sirvo o almoço, como requer a etiqueta. Gostosa essa sopa, me anima e conforta. Sorvo o vinho, a garrafa recém-aberta, e me farto do sabor agradável descendo pela garganta. Fecho os olhos e percebo ainda mais agudo o silêncio. E então torno a abri-los, tomada por esse desejo passageiro e fantasioso – vontade que me façam companhia os sons amados, e que pratos e cálices espalhem-se, lado a lado, por toda a extensão da mesa posta.

 

“A luz entra escandalosa pela janela escancarada. O burburinho e o atropelo enchem a sala de euforia. Detenho meus olhos em cada um e ao mesmo tempo – nos homens da minha vida. É uma refeição intermeada de palavras soltas e despretensiosas, de dentes à mostra e de barrigas fartas. Uma vez ou outra uma risada à-toa, um derramar de líquido na toalha, um derrubar de talheres e um safanão entre irmãos.

Sirvo agora o homem velho à cabeceira – meu pai. A mão trêmula entornou o molho e já os netos apontam o avô em meio a risadas. Afago as cabeleiras cacheadas de meus pequenos e a cabeça branquinha de meu pai, rala de fios.

E vão chegando os convivas. Então, à minha frente, celebro a presença do pai de meus filhos, tal qual foi em tempos passados. Ao lado dele, os filhos, já então crescidos e senhores de suas vontades, não necessitam baixar os olhos quando o pai fala porque a voz do pai é branda e há sentimento e verdade naquilo que diz.

Hoje é outra vez domingo, e eu faço de conta?

Ao redor da mesa, o irmão encara o irmão com agrado sem precisar defender-se a cada observação. Os mais velhos perdoam, nos mais novos, a audácia, o ócio, o descaso e a pressa. Os mais jovens se enternecem com a paciência, a conformidade e o desânimo que assaltam os mais velhos. Numa sintonia, todos falam e todos escutam e apreciam as mesmas músicas e riem das mesmas histórias. Nessa mesa em que é servido o Banquete de Platão, todos são doutores e aprendizes. Aqui flui a amizade entre o pai e os filhos, os netos e o avô; e a alegria não será perturbada e não surgirá desavença e não haverá alguém que se afastará com rancor.

A um só tempo reparto o pão e meu sonho de liberdade, deito o vinho nos cálices e abençoo os convivas. Ouço meu pai recitar uma prece e, quando ele termina, acaricio seu rosto. Olho o pai de meus filhos e a cumplicidade que se constrói dispensa palavras. E eu sinto que bom ter chegado até aqui e poder reunir os meus, depois que amassei o pão e amamentei e lavei a roupa suja e após pendurei no varal e preparei a refeição e deitei na rede e me entreguei ao descanso. E acariciei o amado e velei seu sono, e castiguei o filho e lhe sarei a ferida. Lembro as coisas passadas e vejo o ontem com o olhar do hoje e não peço perdão pelas ações de antes porque sei que há muito foram perdoadas.

Hoje é outra vez domingo e eu alcanço a possibilidade do voo.

Porque é assim que reúno o que restou dos meus, e só o faço uma vez ou outra. Antes que se esvaziem os lugares na mesa, agradeço a cada um pela sensação de conforto que me traz a proximidade assim repentina e manifesto a felicidade que tive com a chegada e que devolvo agora com a partida. Ao se despedirem, saibam todos, que a serenidade sempre me volta nessas horas. E que, outra vez, sinto na face, o frescor do vento, e caminho sobre as pedras e sobre a grama com a mesma desenvoltura.”

E, quando tudo tornar a ficar como antes é porque cada um voltou ao seu lugar e isso é muito bom, eu sempre acabo afirmando.

 

Quer ganhar o livro "Um garoto bom pra cachorro"?


Vou deixar um pequeno trecho do início da história de "Um Garoto Bom pra Cachorro"
A partir daí, me envie um texto de , no máximo 10 linhas, que você acha que poderia ser a continuação desta história.
O texto mais próximo da continuação da história ganha um livro.
Ao enviar seu texto, registre no comentário, deixe nome e endereço para o envio, caso seja você o ganhador.
Ou envie para o email: jamafag@terra.com.br




Foi só João Vítor sair, como sempre, com o bastão atrás da shih tzu de Mirela, para que os outros cachorros entrassem aos trambolhões na correria. Mas aquele dia, Pedro, Leleco e Mirela não esperaram João Vítor voltar da brincadeira. Levantaram do banco – contrariados – e foram se afastando, iniciando a volta pra casa.

Mirela foi a primeira a falar, assim que João Vítor e a cachorrada se juntaram ao grupo.

– A gente tem uma proposta pra te fazer, João.

– Uma proposta?

– É, uma proposta. Nós amamos os nossos cachorros, mas achamos que esta história de trazer pra passeio com horário, soltar eles na praça, e pior, limpar cocô, dá trabalho e é muito chato. E a mãe do Leleco, e a do Pedro e a minha mãe falaram que, se o Leleco não tomar conta do Sultão, o Pedro não tomar conta do Fiel e eu da Balli, elas vão entregar nossos cachorros pra adoção.

– Ah, isso não pode acontecer, temos que encontrar um jeito.

– Pois nós já encontramos, João. É esta a proposta: a gente quer te pagar da nossa mesada pra que tu tome conta dos nossos cachorros.

– Sério?

– Sério. Tu aceita? Amanhã tu pega o Sultão, o Fiel e a Balli com a gente. E nos devolve depois do passeio, das brincadeiras e da limpeza dos cocôs. Então tá combinado.

 


 

Um Garoto Bom pra Cachorro na 17ª Feira do Livro de Gramado









Vou estar autografando meu novo livro infantil  na 17ª Feira do Livro da cidade de Gramado.
O evento, que será precedido por apresentação ao público, será no domingo, dia 15 de junho, às 16 horas.
Outra vez no município onde costumo circular com bastante regularidade, volto com a obra infantil – Um Garoto Bom pra Cachorro.
Uma história emocionante numa troca de ternura e aprendizagem entre um menino sensível e os cães a seu cuidado.


Ainda sobre crianças, cachorros e lembranças.




Fabrício, aos 07 anos, com Balli, dentro de um caixote

Em breve

UM GAROTO BOM PRA CACHORRO

Uma história que vai emocionar grandes e pequenos leitores.
Uma troca de confiança, ternura e aprendizagem entre cães e um menino sensível e paciente com animais.


Inspirado na figura da cadelinha Balli, que deixou saudades, pela docilidade e candura.

Um novo infantil está chegando - UM GAROTO BOM PRA CACHORRO no prelo



SOBRE CRIANÇAS E CACHORROS


Antes de dar início ao relato, quero esclarecer que não sou cachorreira. Amo cães, respeito-os na sua condição de animais; mantenho com eles um convívio afetivo quando encontro-os em casa de familiares e amigos. Mas não os tenho sob minha responsabilidade, dividindo o espaço do meu apartamento. Até porque acho (não me critiquem, por favor, é só uma opinião) que apartamento não é lugar adequado para cachorros.
Convivi com cães na infância. Havia um linguicinha de nome Lulu na casa da minha avó Rosa. E na minha casa, o Jolie era festa e turbulência o dia inteiro. Falavam que os animais da raça fox tinham disritmia. Eu não só acreditava na época, como ainda acredito. Mas parece que a raça foi extinta.
Jolie tem lugar especial nas minhas memórias. Nasci a caçula da casa, raspa do tacho depois de cinco irmãos. Com exceção de uma, os demais entre a adolescência e a idade adulta.
Costuma sobrar alguns compromissos infalíveis para os mais moços. Sobrou para mim, por exemplo, acompanhar minha mãe todas as quintas-feiras, pela manhã, nas feiras livres que aconteciam na nossa rua.
Nessa ocasião, a porta de casa deveria ficar totalmente cerrada, inclusive uma pequena portinhola com grades,  no alto da porta à altura das mãos, e que era fechada com um trinco por dentro. Tínhamos o cuidado, eu e minha mãe, de verificar se o trinco da portinhola estava fechado, mais por causa do Jolie.
Saíamos então, eu e minha mãe, carregando sacolas em confiança, rumo à feira, na esquina da rua.
Só que, após nossa saída, alguém – sempre há alguém culpado nas histórias – saía e, não sei por qual razão, abria e não fechava a dita portinhola com o trinco.
Todos da casa conheciam o processo: Jolie se punha em alerta, se afastava um pouco para preparar uma primeira voadora e aí escancarava o vidro da pequena abertura. Dava uma segunda voadora e, comprimindo-se entre uma grade e outra, ganhava a rua.
Eu o avistava da esquina e me dava vontade chorar. Jolie corria atropelando as pessoas na feira; pulava para dentro dos sacos de batata, de feijão e de cebola. Abocanhava salames e toucinhos dispostos nas bancadas. Acuava para os feirantes com estardalhaço. Estes, preferiam a presença do diabo à presença daquele  cachorro perturbador. Era imperioso levar o Jolie de volta pra casa. E esta façanha hercúlea cabia a mim.

Mulher madura, os filhos adultos, voltei outra vez ao convívio com cachorro. Convívio esporádico, uma vez que Balli, uma cadelinha de comportamento oposto ao do  Jolie, pertencia a meu filho. Ficava sob meus cuidados quando meu filho viajava e nas férias, durante o veraneio na praia. Era dócil, carinhosa e muito tranquila.
Tanto o primeiro quanto a segunda, ao morrerem, deixaram um vazio. Escrevi um pequeno conto pautado na morte do delirante Jolie. E no momento aguardo a chegada de um novo  livro infantil onde revivo passagens com a  cadelinha Balli.
Viajei nas lembranças justamente para anunciar o meu novo livro que se encontra no prelo.  Deve chegar em breve “Um garoto bom pra cachorro” – história que narra as aventuras de um garoto e os muitos cachorros – uma cachorrada – que o garoto tem a seus cuidados.
Balli é a única fêmea entre os quatro cachorrões machos. Mas não vai ficar a dever perante os machões.
            E João Vítor, o menino protagonista, vai encantar não só os cães a seu cuidado, mas também os leitores.
            E ensinar que tudo é possível alcançar, desde que haja amor, paciência e dedicação aos animais.


DESVIO

  Desvio Sim, essa é a vontade, pegar um desvio. O ano correu, essa é a verdade. E eu segui naquele mesmo passo do ano passado. Agora não, S...