Um livro infantil só com imagens que pretendem narrar histórias, se não é um livro transgressor, é pelo menos um livro inusitado.
Porque em geral, os livros narram as histórias a partir do texto. As imagens ou ilustrações acompanham o texto e é comum a leitura se ater mais ao texto que é composto por palavras, do que às ilustrações que são compostas por desenhos, colagens, aquarelas, etc.
Claro que o que faz a literatura é o texto e não a imagem. Isto, todos sabemos. No entanto, texto e imagem possuem ambos, força narrativa.
Foi com base nesta força narrativa da imagem que o grupo desenvolveu o projeto.
Já a escolha do título partiu de algumas sugestões, houve votação e venceu
O Rei que Comia Letras, história não pertencente ao repertório popular e sim inventada por Joel Silva, um dos autores do livro.
Este título tem tudo a ver com o projeto que intencionalmente parece lançar a pergunta: - Cadê a história? Onde está o texto? As letras sumiram, desta e das outras histórias, daí que se impõe uma leitura diferente para compor a narrativa - a leitura visual.
Mas não se assustem, o sumiço das letras não é para sempre. A imagem não quer ter a responsabilidade sozinha pela narrativa, por isso, ela vai mostrar o lugar onde as letras se esconderam. É só clicar no ponto indicado que uma janela se abrirá como mágica, e então encontrar as letras todas juntinhas e combinadas contando a história inteira ou um pedacinho dela.