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Livro de Artista digital privilegia o leitor infantil

Em maio deste ano projetamos a criação de um livro digital de imagens que tomasse por referência contos de fadas e histórias do repertório infantil.
O grupo formado por artistas visuais do Atelier Livre de Porto Alegre e outros artistas convidados, desenvolveram seus projetos individuais e se reuniram com regularidade para discussão e montagem do livro em todas as etapas.
Foram assim , quatro meses de trabalho conjugando esforços.
A concretização do objetivo chega agora em setembro, a dois meses da realização da Feira do Livro. Era o que nos propúnhamos: lançarmos a obra na Feira do Livro de Porto Alegre.

Pois fica, de antemão, o convite:

Estaremos apresentando
O Rei que Comia Letras e outras histórias
num bate-papo com o público presente, na Feira do Livro de Porto Alegre, no dia 13 de novembro, às 17 horas, na sala de vídeo.

Para ficar por dentro, acompanhem aqui detalhes do desenvolvimento do projeto e particularidades da obra que serão postados até o lançamento.


Livros em versão digital

   Saiu a versão digital do livro de contos "No Limite dos Sentidos" pela FDigital.

   Brevemente o leitor terá a novela "Dois no Espelho" também em versão digital.

                                    AGUARDEM!

Depois dos impressos, a vez do digital


É assim, o novo costuma se apresentar coberto por nuvem de fumaça. Algo nebuloso e fantástico e por vezes aterrorizante como uma anunciação. Quanto menos próximo do olhar comum e conhecido, mais o novo se constitui na expressão do apocalipse. A história revela a trajetória da humanidade nas constantes transformações pelas quais teve de passar e aderir, mediante descrença, medo e insegurança. Contraditoriamente, mediante efeito de fascínio, paixão e cobiça. Em nossos dias, a alta dose de rejeição acontece desde com as experiências nucleares até o restrito setor da moda. Mas a sedução e os interesses individuais asseguram a novidade e a humanidade por fim agradece.

Nas artes, o novo não se faz diferente. Clássicos e modernos, seguidores e inovadores, veem convivendo em harmonia nas galerias de arte e estantes de livros, salvaguardadas as diferenças. Com o advento da Internet, tanto a arte visual quanto a arte literária, saíram – a primeira das telas e dos formatos tridimensionais, a segunda do papel – para a telinha do computador. Olhares cépticos se expandem e imagens e textos alcançam visibilidade num clique onde a relação espaço/tempo pode ser irrelevante.

Os arautos das novas tecnologias proclamam a mais funesta revelação acerca do destino do objeto livro, à semelhança do destino da humanidade: o fim. Asseguram, e esta é uma discussão a que venho assistindo regularmente, que o nosso velho conhecido livro – objeto impresso em papel, sensível ao manuseio e também ao olfato – tende a ser banido de nosso convívio. Não mais editoras nem livrarias nem distribuidoras. Sebos, talvez, para os que resistirem? Bibliotecas, colecionadores, museus? Já as vanguardas se postam longe da polêmica – nada substituirá a emoção do toque, do cheiro, da leitura ao sabor de pausas, do transporte do livro pelas calçadas e parques, dos marcadores entre as páginas. São os quixotescos sonhadores que não admitem nem se aventuram a leituras em outros suportes que não o papel; desconfiam de impropriedade, vulnerabilidade e inconsistência que apostam girar em torno do digital.

Sou curiosa por natureza e aprecio a experimentação; o novo me seduz. Talvez estes sejam pontos que me impulsionam para os diferentes caminhares da literatura que faço – conto, miniconto, novela, crônica, poema visual; literatura direcionada ao adulto, literatura direcionada ao pequeno e jovem leitor. Até o momento meus textos fizeram parte de coletâneas e livros impressos, e também de periódicos e revistas. O gosto pelo novo me levou a publicar na web – criei meu site pessoal e logo a seguir o blog, e ainda divulgo textos em outros tantos espaços da rede. Acredito que a tecnologia me inseriu no espaço universal onde estou confortavelmente instalada, sem exigência de privacidade.

É hora então de anunciar um livro novo, com textos selecionados entre os muitos publicados em sites, revistas e jornais. Pequenos Notáveis – seleção de crônicas e minicontos é o mais novo livro de minha autoria, meu primeiro livro digital. Experimento o novo formato em novo suporte com intensa expectativa e antecipo que a leitura não será em nada inferior às leituras que leitores convencionais fizeram de meus livros impressos. Apenas diferente – o clique na seta ordenando o abrir de páginas e a gratuidade.

Quanto ao texto, a mesmíssima qualidade dos demais. E de resto, a promessa de novos livros, impressos e digitais intercalados, depositando fé em vida longa. Para ambos.


Este texto está publicado no http://www.artistasgauchos.com/

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