Porque uma oficina voltada à confecção de livro artesanal
com produção de histórias de terror
Joel Silva é fotógrafo e artista visual, Jacira
Fagundes, escritora.
Joel e eu resolvemos nos unir e criar uma
dupla de oficineiros.
O texto que segue vale como apresentação de
nossa oficina.
A
literatura de terror já invadira o mundo literário, as livrarias faziam
circular nas prateleiras títulos os mais amedrontadores e fantásticos e eu, na
minha faina laboriosa e disciplinada, presa a personagens ficcionais, claro, mas
guardando devida distância do sobrenatural e misterioso.
Até
que meus ouvidos, olhos e mente, como se combinados, se fizeram atentos ao que
se passava a minha volta.
Mídia,
amigos, leitores, colegas escritores, me acenavam com títulos do gênero. Comentavam
com entusiasmo e meus ouvidos apreendiam. Meus olhos passaram a se sentir atraídos pelas
imagens de capa nas livrarias e feiras. A curiosidade me levou à contracapa e
eu então lia a sinopse, muitas vezes não convencida de que valeria a pena
investir na leitura.
Mas
foi através da Confraria Reinações, dividindo comentários no grupo, quando da
leitura indicada por um ou outro confrade, que passei a conhecer, ler e apreciar
a literatura fantástica.
Da
apreciação para a criação de histórias fantásticas foi um estalar de dedos. O
tema me absorveu de tal forma que passei a criar minicontos um atrás do outro e
logo parti para uma história juvenil.
Escrevi
“O Quadro na parede” – a história de Alice, uma garota que se comunica com a
foto no quadro pendurado em seu quarto, e que se vê desacreditada pelos pais,
enquanto sua vida e a do irmão correm perigo.
Ano
seguinte, fui convidada a escrever a Apresentação do livro Assombros Juvenis
II, obra que reúne contos fantásticos dos autores selecionados no II Concurso
Assombros Juvenis.
O
volume III – onde, desta vez, fui jurada do concurso – será publicado em breve.
“É através do
imaginário e dos jogos virtuais que o leitor jovem percorre caminho
extraordinário de descoberta da capacidade de vencer os medos.
O macabro, o
fantasmagórico e o sobrenatural, na mesma medida que o paralisam, empurram-no
para o desfecho não desejado, cujo caminho não permite recuo.
O tema de maior
relevância na literatura de terror é aquele impulsionado pelo medo do
desconhecido, em que a imaginação é capaz de ultrapassar o limite do racional.”
(trecho
do texto de Apresentação do Assombros Juvenis II, pag.7 – Jacira Fagundes)
Meu
parceiro na condução da Oficina voltada
à produção de histórias de terror – o fotógrafo e artista visual Joel
Silva – conviveu com o fantástico desde menino.
São
palavras dele:
A literatura
fantástica e os livros de terror sempre me fascinaram deste garoto, através dos
Gibis e Almanaques da década de 50 e 60, principalmente os desenhos
aterrorizantes de artistas da época.
Hoje acompanho a nova
geração que curte esse universo repleto de vampiros, zumbis e outros
personagens de terror.
Foi a partir desse
interesse que resolvi fazer uma parceria com Jacira Fagundes para
elaborarmos um livro de minicontos de terror usando a fotografia como criação
para o imaginário.
Com o advento dos
celulares e das máquinas digitais pensei que seria legal unir a fotografia ao texto.
Elaborei um “boneco”
(pequeno livro modelo) e apresentei para Jacira e a dupla foi formada.
Depois criamos um folder
e distribuímos em diversos locais da cidade.
O caminho está aberto,
esperando o retorno dos bruxos, vampiros e fantasmas para invadir as mentes
daqueles que apreciam o tema.
Pois
é neste universo sobrenatural que a “Oficina de produção de histórias de terror”
se fundamenta, com base no gosto do leitor juvenil e também de alguns adultos.
A
nossa intenção, como oficineiros, é levar o participante – adolescente, jovem ou adulto – a entender, brincar e experimentar,
na literatura e na arte visual, as sensações que envolvem o medo e os sentimentos
que a sensação provoca.
Como?
Na
literatura, criando minicontos com os personagens imaginários do universo
fantástico: zumbis, vampiros, monstros, bruxos, fantasmas, assombrações e
afins.
Na
arte visual, fotografando seres e ambientes próximos e reais que o imaginário possa
sugerir como amedrontador: casarões, prédios tombados, ruas desertas, portas
entreabertas, estátuas, árvores centenárias, cenas urbanas inusitadas, pessoas
e animais que causam estranheza.
No
decorrer de toda a oficina, relacionando texto e fotografia numa única
narrativa ilustrada.
E
ao final dos trabalhos e à semelhança das histórias fantásticas que os
participantes leem nos livros preferidos, confeccionar um livro artesanal de própria
autoria.
Oi Jacira, Achei o texto ótimo, fruto de um trabalho bem elaborado.Isso é apenas o começo dentro do universo do fantástico.
ResponderExcluirUm começo, parceiro. Que promete frutos. Obrigada pela confiabilidade.
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