Rita Paldes Faria
Luzia Camargo
Luzia Camargo
Imagens enviadas pelos pequenos leitores e ilustradores do
Pinta uma história pra mim
Ana Clara
Leonardo
Aqui os leitores do blog poderão compartilhar com a literatura em paralelo às artes visuais. Textos, imagens, ilustrações, vídeos e experiências no campo da literatura e das artes em geral. Sintam-se à vontade para deixar perguntas e comentários. Toda apreciação será bem-vinda.
Aconteceu no dia 08 de outubro, na EMEF Pedro Zucolotto, durante a 24ª Feira do Livro de Gramado, a oficina prometida aos alunos do quinto ano, da professora Marta.
O entusiasmo da criançada esteve presente durante todo o tempo. Acompanhando a leitura, tecendo comentários, foram criando as ilustrações em folhas avulsas. No final, as folhas, com suas criações me foram entregues. Ficará com a professora a tarefa de instruir os alunos a criarem as ilustrações finais que me serão enviadas para postagem no blog.
As primeiras ilustrações estão dispostas aqui, comprovando o interesse da turma no desenvolvimento da oficina. Para apreciação dos leitores do blog. Estejam a vontade para tecer comentários.
O livro "Pinta uma história pra mim" agora é realidade.
Escritor e ilustrador assinam junto na página de apresentação. É momento de aprontar canetinhas, lapis de cor, lapis de cera, ou tesoura para recortar e colar nos espaços distribuidos por todo o livro.
A personagem Vitória vai adorar! Vai se sentir muito feliz com as ilustrações e o mundo de histórias pintadas no muro de casa.
Vamos lá, então!!
Entre em contato para adquirir seu exemplar:
jfagundescritora@gmail.com ou jamafag@terra.com.br
É nesta quinta-feira, o aguardado lançamento virtual do livro "Pinta uma história pra mim". Acontece no facebook.com.editorapalavreado, à 19h30. Com um bate-papo com a autora.
Feliz por receber meus amigos e convidados para a live de lançamento. O livro estará em pré-venda. Ao adquirir o livro, você receberá em seu endereço, o "Pinta uma história..." e outro livro escolhido entre 3 sugestões da autora - A cadeira contadeira ou Um garoto bom pra cachorro ou Mania de Gavetas - todos de autoria de Jacira Fagundes.
Nos encontramos lá, ok?
FOLHETIM
Jacira Fagundes
Fim de festa. Ela se afasta
da coluna onde esteve apoiada, desde o desentendimento com o namorado. Um chato.
Por sorte, fora embora sem aviso. Abaixa-se e deposita no chão, encostado à
parede, o copo pela metade. Vá que alguém se machuque. Ela se impõe este
cuidado. Mas há poucos alguéns à volta. Fim de festa.
O
homem se aproxima.
Vem
comigo, ele sussurra ao seu ouvido. Tem aspecto atrevido, voz de mando. Ela
obedece. Ele a dirige com a mão firme em seu braço.
Não
estou bêbada, só entediada, ela diz. Ele repete, mais forte agora: você vem
comigo.
No
carro, ao lado do homem, ela deita a cabeça e cantarola Se acaso me quiseres,
sou dessas mulheres que só dizem sim, por uma coisa à-toa... Ele a interrompe:
Eu te quero. Agora.
São
três lances de escada até o JK. Ele aponta para o banheiro enquanto entorna o
líquido nos dois copos até a borda. Ela volta enrolada na toalha, sorve dois
goles da bebida e lhe devolve o copo. Ele a abraça e retorna o líquido aos
lábios dela. Logo, ambos os copos, estão vazios.
Ele
a afasta um pouco. Só o tempo de alcançar a gaveta da cômoda e tirar de lá um
anel prateado.
É
seu, ele fala.
Meu?,
ela surpreende-se, e experimenta o anel no anular.
Gostei de você, ele diz, antes de retornar às carícias.
Costuma presentear suas conquistas? ela indaga.
Você é que me conquistou. Considere um troféu, por me ter conquistado.
Jogo careta, ela pensa.
Já não lhe interessam os motivos dele. Ela
encara o jogo com refinamento.
São mãos que torturam, unhas que ferem,
dentes que se agridem, e que provoca em ambos uma explosão de sensações
perturbadoras e incontroláveis.
Mas logo, o corpo dela, feito
um réptil escorregadio- lânguido- úmido-quente promete trazer de volta todo o
prazer louco, enquanto a boca alardeia elogios falsos, os lábios encostados no
peito do homem molhado de suor.
Ele a conduz em confiança,
convencido que a possui, sem condições ou reservas.
Sim, sim, sim, ela balbucia num
êxtase duvidoso.
Assim, assim, assim, ele se
envaidece do próprio êxito.
Retorna ao quarto. O homem ainda
dorme. Ela abre a gaveta da cômoda e desiste, sem remorsos, da delicada
prenda. Mais uma vez, vencida pelo tédio, deita um olhar desencantado
sobre as demais joias ordinárias que ocupam a gaveta.
Ao sair, cuida de não provocar
ruído com o trinco da porta. Vá que acorde, ela pensa.
Deixa a porta encostada.
Para onde vão as palavras não ditas
Começava
a anoitecer e o os dois sentaram-se à mesa. O homem descansou à frente o jornal
aberto, levantou um pouco os olhos e observou-a. Fez uma apreciação sobre o
penteado dela; o cabelo todo puxado para o alto preso num passador dourado,
bonito, ele resumiu o comentário, gostei. Em seguida desceu os olhos para o
periódico e supôs ouvir qualquer coisa dita por ela, assim como também gostei
ou algo parecido, mas as notícias que saltavam em manchete abafaram o que ela
falou depois, se é que ela falou, ele não teve muita certeza.
De
repente ele percebeu o calor incômodo na sala e também o peso do silêncio. Por
falta do que dizer e antes que o calor se mostrasse excessivo, levantou e foi
em direção à janela. Então a escancarou, mas aí uma lufada de vento invadiu a
peça e ele olhou de relance para a mulher e ela havia trazido os ombros para
diante e alternava as mãos a fim de aquecer os braços, e aí ele disse que era
melhor deixar fechada a janela e imaginou ouvi-la falar também acho, embora não
confirmasse ter sido bem isso, porque no momento ele espiava a rua pela vidraça
e via um grupo de rapazes indo para o jogo e fazendo algazarra.
Sentou-se
novamente, o jornal dobrado e perguntou o que se vai comer? E dessa feita ouviu
com bastante nitidez a resposta dela dizendo não sei e depois perguntando o que
tu preferes. Ele achou melhor ir até a geladeira e ao voltar, trouxe dois copos
e uma garrafa de cerveja e abriu a garrafa e serviu os copos, primeiro para
ela, depois para ele, e disse botei uma pizza no forno e logo depois que não
iria demorar.
Olhar
baixo, a mulher desmanchava uma dobra na toalha e, sem levantar a cabeça falou
que sim, que era bom eles comerem uma pizza. Ele aguardou por um tempo que ela
levantasse da cadeira com razoável lentidão e depois a viu chegar com os pratos
e os talheres e a pizza, com o queijo cremoso todo derretido e colocar frente a
ele e o servir.
Ele
comeu em silêncio e quando foi se servir de outra porção observou o prato dela
que ainda se encontrava vazio e perguntou se ela não ia comer e pareceu que ela
não falou nada e serviu a si mesma, ou então, antes de servir-se disse sim, eu
vou. Ele não se deu conta porque estava um pouco distraído, mas falou que a
pizza estava apetitosa e então a viu sacudir a cabeça concordando, mas sem
dizer nada porque estava com a boca cheia.
Ela
comeu com voracidade e rápido se pôs de pé. Que é que tu vais fazer? ele
perguntou. Vou ao banheiro, ele ouviu-a dizer e falar que já voltava. Ele saiu
da mesa e ligou o som bem alto como de costume e não escutou qualquer barulho
vindo do banheiro, nem no primeiro momento em que o vômito induzido
transbordava o vaso, nem no momento seguinte em que ela fazia bochechos com
flúor para disfarçar o hálito e molhava o rosto e os cabelos. Depois a viu voltar, o bonito
penteado desfeito, e servir-se outra vez da pizza agora fria, o queijo
endurecido, e colocar mais cerveja no copo. E então ele disse que estava ótimo
o pequeno jantar, come, ele falou, enquanto trocava o CD no aparelho e ela
olhava, silenciosa, e mexia a cabeça para cima e para baixo, mastigando a pizza
e tomando pequenos goles de cerveja, muito, mas muito vagarosamente.
Este conto faz parte do livro “No limite dos sentidos”,
publicado em 2009, em 1ª edição, pela Editora Movimento – Porto Alegre/RS.
O que estamos fazendo do pequeno espaço que nos está sendo permitido nesta pandemia?
Tensos, inconformados, tristes, solitários? Ou experimentando novas formas de viver a vida?
Reciclando, buscando alternativas, meditando...
Mais importante, estamos criando e recriando o espaço a nosso favor.
É a contar destes momentos que o grupo de escritoras, estará voltado a compartilhar,
numa live que promete muitas descobertas e muitas escolhas.
Vem aí mais um livro para se juntar à relação dos livros infanto juvenis.
"Pinta uma história pra mim" traz uma história de resiliência. Fruto de um projeto de livro interativo, onde o pequeno leitor é convidado a ilustrar o livro, à medida que lê a história, do seu jeito - com canetinhas, lápis de cor, colagens, tinta guache.
Um ensaio de criação da imagem que, com vontade, pode levá-lo à ilustrador.
O livro deve sair em breve, pela Editora Palavreado.
Galeria de livros de autoria de Jacira Fagundes
Em fase de organização, em alguns dias estarei dando início à postagem de capa e sinopse dos livros que escrevi e publiquei desde o início da minha trajetória como escritora.
Entre em contato para adquirir a obra via correio ou uber. Informações quanto a valores e disponibilidade encontram-se no site que estarei indicando abaixo da imagem.
Até breve!
PINTA UMA HISTÓRIA PRA MIM?
Em fase preliminar de publicação, vem aí um novo título infanto-juvenil.
"Pinta uma história pra mim" traz a personagem protagonista Vitória - uma menina que encontra na arte, o caminho para enfrentar um período difícil de recuperação devido a um acidente grave.
É um livro que vai encantar os pequenos leitores, por dois motivos muito especiais: primeiro porque a história é linda, comovente e muito atual.
Segundo porque faz um convite especial aos leitores de todas as idades. Inclusive ao leitor adulto que também gosta de literatura infantil de qualidade. E qualidade é o que não falta nesta história.
O convite é para você - leitor - ser o ilustrador do livro. Na medida em que você lê a história - vai desenhando e pintando nos quadros destinados às ilustrações, em diversos tamanhos, que se encontram espalhados pelo livro.
Você já está acostumado com livros para colorir, onde os desenhos vem prontos. Imagina que satisfação você vai ter ao criar as imagens do seu jeito e colorir os seus próprios desenhos.
E ainda deixar sua assinatura registrada como ilustrador.