A FOTOGRAFIA COMO
SUPORTE PARA ILUSTRAÇÃO
"Criar é uma necessidade de expressão, e
demanda uma série de cuidados, principalmente formação (não necessariamente
acadêmica). Não bastam bons equipamentos, as melhores lentes e vasto
conhecimento técnico se não houver percepção e criatividade. Não há um manual
para o criador de imagens que se apoia na fotografia, porque ele desrespeita
todas as regras em busca da estética que sustente sua arte.
Atualmente, o suporte para a
fotografia deixou o papel, elaborado em sofisticados laboratórios. A foto
digital viaja em segundos para qualquer parte do planeta. O monopólio acabou. A
fotografia está ao alcance de todos. Observa-se uma revolução no campo da
fotografia. Mais e mais se fotografa. Virou mania coletiva e se democratizou a
níveis nunca vistos.
Não é preciso ser um grande evento
social ou acontecimento significativo na vida particular, para se apontar a câmera
e disparar a emoção. Qualquer coisa, em qualquer lugar, é merecedor de um clic.
Ficou fácil ser autor, e felizmente,
temos a possibilidade de exercer atividade que nos permite registrar
acontecimentos e desses registros, fazer a leitura da realidade atual.
Tais trabalhos não estão registrando
momentos de lazer, festas ou entretenimento. Ao registrarem as experiências, os
novos autores, estão criando novas percepções. Estamos, pois, diante de cenas urbanas com a intenção de
contar histórias que muito provavelmente não seriam contadas.
Os novos fotógrafos estão propondo situações subjetivas
ou nem tanto, mas que levam à reflexão. O que começou como forma de registrar o
cotidiano familiar se transforma em suporte para a linguagem artística.
Por traz da simples intenção de fotografar, há a proposta
maior de se estar criando um novo objeto de arte."
O trecho acima é
parte do texto “A Fotografia como ato
criador”, de autoria de Claudeci Murici, extraído do Jornal das Letras de agosto de 2013.
Resolvi postar este
trecho no blog, em razão do projeto da oficina que Joel Silva e eu estaremos
lançando a partir do dia 15 de abril na Biblioteca Lucília Minssen, da Casa de
Cultura Mário Quintana.
Pensando num público
alvo composto por jovens e adolescentes, e na temática que seduz esse público –
o terror –, programamos partir da fotografia para criação das ilustrações,
considerando a importância do atual fetiche dessa clientela – a galeria de
fotos do celular.
A oficina de
histórias curtas de terror – “Caçadores de medos” – quer provocar um olhar de
estranheza ao escolher uma cena para fotografar. E, com base no registro em
foto, “caçar” os medos possíveis e prováveis através de técnicas de manipulação
– sobreposições, desenho, colagem e grafite – na imagem revelada.
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